sábado, 24 de outubro de 2009

A falta.

Tédio.
Até a palavra já é chata, agoniante, estressante, angustiante.
É um não saber generalizado; um querer sem o 'querido'.
Um vazio cheio de nada.
Cansa, faz pensar, analisar, planejar, enlouquece.
Chocolate não resolve, filme não preenche o vazio,
música não 'dá liga', preguiça toma conta.
Um conjunto de faltas...
Falta motivo, razão, alegria, emoção;
coragem, vontade, sentimento, atitudes;
plavras, chances, oportunidades, tempo;
metas, planejamentos, objetivos, determinação;
falta querer.
falta saber querer.
falta saber o quê.


Faz falta...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"- Então Charlie Brown

...o que é amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor."


:)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

não saber.

Ultimamente - pra não dizer desde sempre - ouvi as pessoas dizerem: "Ah, deixa acontecer... Vê onde vai dar! Vamos aproveitar, viver as oportunidades que a vida nos dá." Confesso que eu, na minha vida milimetricamente planejada e controlada pensava: 'Como deixar acontecer?' 'Mas e se não for assim, como fica depois?' 'Porque se acontecer isso, acaba assim... Se acontecer aquilo, não acaba...' etc. Pensar no 'depois' sempre me fez de certa forma, perder tempo do meu presente. Sim, perder tempo.
Por mais que eu pensasse que estava no controle dos meus planos, e da minha vida, no decorrer dos acontecimentos sempre tinha uma surpresa, uma mudança num breve segundo de um determinado movimento planejado que virava tudo de cabeça pra baixo; e de um dia pro outro eu diversas vezes vi todos os meus dias e horas planejando simplesmente escorrer junto com as minhas lágrimas e acabar num lenço de papel.
Aí, eu resolvi "deixar acontecer". Comecei a tentar não planejar, tentar não pensar, tentar 'ver onde vai dar'...Me perdi na minha bagunça,  não entendi mais nada; compliquei tudo, embrulhei; confundi sentimentos com planos,pensamentos com ações, números com letras, palavras com verdades.E, mais uma vez, vi minha tentativa de 'não-controle' dessa vez, não mais acabando num lenço de papel, mas sim, num amontoado de letras formando palavras com vários significados que não me levaram a lugar nenhum.  Meu plano de 'não planejar' não deu certo.
Depois disso, decidi simplesmente viver as oportunidades, porém, mantendo metas, desejos, ambições e sonhos; listas, datas e anos planejados. descobri que não sei me entregar à desorientação. A diferença agora, é que os meus planos dizem respeito a mim.Confesso que esse 'não saber' ainda me agonia, não me sentir no 'controle da situação' me deixa insegura, e a fuga dos meus planos me dá medo... Mas, estou aprendendo a conviver com isso,  me deixando levar. Afinal de contas, há coisas que simplesmente acontecem...'Sem porquê, nem pra quê... Sem ser necessário entender'. haha
Aliás, no fim das contas, essas podem ser as melhores coisas que se pode acontecer...

sábado, 17 de outubro de 2009

conclusões não conclusivas.

Se soubéssemos o poder que uma palavrinha pode ter, cuidaríamos mais antes de falar as coisas. Na maioria das vezes, falamos sem pensar, e até sem querer; não nos damos conta do que pode estar passando na cabeça da outra pessoa e do estrago que nossa 'inocente' palavrinha pode fazer no instante, no dia ou até na vida de tal pessoa...
Todos temos dúvidas, todos conhecemos nossos defeitos, erros e fraquezas; mas, por mais que sabemos da existência infeliz destes, não gostamos que nos lembrem deles em toda mínima oportunidade e em situações que não dizem respeito nenhum para tal.
Nesses casos, na grande maioria das vezes, alguém sai magoado...
Palavras doem. Verdades doem.

Pensando nisso, cheguei à conclusões...

Não sei se é melhor viver alheia à tudo, ou viver 'por dentro' de tudo;
As pessoas me assustam (e eu me incluo nessas pessoas);
Mentira é ruim, e não compensa; mas a verdade é cruel;
É quem a gente mais gosta que nos faz sofrer mais;
E é de quem nos faz sofrer mais que continuamos gostando incondicionalmente;
É preciso se libertar para crescer, mas é preciso crescer para se libertar;

Tudo é feito de contradições, nós somos contradições...

é um tal de querer não querendo,
gostar não gostando...
um bom que é ruim,
um ruim que é bom...
um sim que é não,
um não que é sim...
um ser não sendo.

...
enfim, não tem fim.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Precisa-se


"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."


Clarice Lispector

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

surpreenda.

Descobrir, conhecer, experimentar... Ao mesmo tempo que o desconhecido dá medo, é incrivelmente 'sedutor' e, sempre surpreendente. Sendo bom, ou sendo ruim, a surpresa é fato.
Não saber o que vai acontecer, não saber o que virá depois, não saber; simplesmente não saber. Ah, isso é bom...Acredito que seja uma das coisas que dá a graça na vida. Expectativas, esperas, planos,sonhos, desejos... Bom mesmo é quando a surpresa é boooa e faz valer a pena o risco, quando diversão e alegria é o princípio de um 'algo' que só tende a melhorar...

haha, ó inspiração.
Coisa mais delicinhaaa.
hahahahaha

Que venham mais surpresas!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

aleatório.

Faz tempo que eu não escrevo; falta de tempo é um saco...Já disse que preciso aumentar o tempo, mas quem não precisa? Viva o "mundo contemporâneo" em que as pessoas 'não têm mais tempo' nem de serem elas mesmas... Com toda essa agitação, onde nada se cria, tudo se copia para ser mais rápido, nem o "EU" é criado...
Aproveitando essa questão do eu, venho aqui compartilhar uma descoberta. Na busca incansável do "meu eu" andei percebendo diversos defeitos em mim; coisas que eu não gosto, não admito e que com certeza, mudarei, mesmo que precise de um longo tempo...[desse tempo, eu não abro mão por nada.] porém, hoje, depois de longa reflexão a cerca de algumas atitudes alheias precebi uma qualidade que considero essencial, e que está cada vez mais rara; fiquei muito feliz com isso.
Qual qualidade? Lealdade, sinceridade; enfim o antônimo de hipocrisia. Nunca suportei pessoas falsas e mentirosas, uma vida de mentira é uma encenação, um eterno teatro em que a pessoa ao invés de ser protagonista vive vários antagonistas; se engana e aos outros; pior: não se dá conta disso, e se acha vítima da história toda.
Se eu não gosto de alguém, eu não gosto. E ponto. Se tenho algum problema, não consigo fazer de conta que nada é nada e ficar rindo ao lado da pessoa como se fosse amissíssima; ou então, o que é pior: falar horrores da pessoa e na hora que precisar, corre pra ela pedindo ajuda, mesmo que horas depois esteja lá, com 'as amigas' falando mal e dizendo que 'não suporta mais'. Ora, me poupe.
Vamos deixar de ser hipócritas? Vamos assumir o que sentimos? Vamos ter coragem? Fala sério!
Isso me deixa muito, muito, muito irritada. Mas, pelo menos, serviu para uma descoberta.

Não sei se terá algum nexo tudo isso que escrevi, mas, preciso de alguma forma demostrar o que eu sinto, levando em consideração que falar sobre o assunto é um pouco delicado, exaustivo e as vezes não vale a pena com determinadas pessoas - lamentável.

Enfim, Oktober! :)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

infelizmente, uma andorinha só não faz verão.

Sentada no sofá com minha xícara de chá vagando no silêncio turbulento dos meus pensamentos aleatórios, percebi uma coisa que confesso ter me deixado meio agoniada; bom, essa não é a palavra que eu usaria, mas na falta de uma melhor essa pode servir... Enfim, a razão da tal 'agonia' é: Por que meus textos são somente a respeito de sentimentos? Digo, eu penso outras coisas, e tenho opiniões a respeito de assuntos menos 'pessoais'; por exemplo as prioridades superficiais das 'pessoas' em achar que é mais importante gastar alguns significativos milhões para sediar um olimpíada ou uma copa num país 'em desenvolvimento' no qual temos problemas sociais tão absurdos que todos os dias ainda morrem pessoas de disenteria, cólera, hanseníase, etc. Não, preferem construir estádios, embelezar as cidades para mostrar pro mundo como somos bonitos... Brasil maravilha; tudo agora gira em torno dessa olimpíada. Não sou contra olímpiadas ou copa, pelo contrário, quero mais é que todos vejam as belezas que há no meu país e como os brasileiros são diferentes do que imaginam por aí; não me falta patriotismo, eu amo meu Brasil e é exatamente por isso que essa vida de aparências me irrita...
Depois de viajar nesses pensamentos, percebi porquê me concentro tanto em sentimentos:
Simples, é exatamente isso o que falta nas pessoas. Sentir.
Todos estamos tão preocupados em ter, mostrar, aparecer, perceber, entender;que esquecemos de sentir.O que não percebemos é que somente sentindo conseguimos 'ser' e somente 'sendo' podemos entender, perceber, aparecer, mostrar e finalmente ter; tudo isso sem precisar 'se matar' trabalhando no que não gosta, perder tempo fazendo planos e diminuindo as pessoas para tentar ser alguém 'melhor', e fechar os olhos para os problemas de outros que estão ali, na nossa frente, mas, por ser mais prático e não ter nada a ver com nosso planejamento e/ou principalmente interesse, simplesmente deixamos pra lá...Afinal, num país de "pavões" uma andorinha só nunca fará verão.

...em 2016 vamos sediar as Olimpíadas! uhul.

P.S.: " Pensar é um ato. Sentir é um fato." (Clarice Lispector)

domingo, 4 de outubro de 2009

a caixa,

Dizem que tudo é obra do acaso, destino não existe, a vida não passa de coincidências...
Acho que não é bem assim; eu não diria que 'Deus' tem um caderninho com nossos nomes anotados e nosso futuro escrito; mas, acredito que ao longo da estrada fazemos escolhas e seguimos caminhos que acabarão por nos levar a lugares, digamos pré-destinados...
Como você explicaria estar naquele momento, naquele dia, naquela hora, e exatamente naquele milésimo de segundo virar para o lado e ver aquela 'coisa' que poderá mudar seu 'destino' para sempre? Acaso? não pode, é mais que isto.
Entretanto, em meio às confusões 'acaso-destinativas' tomar decisões não é algo fácil e, tendo consciência disso, por medo de errar preferimos na maioria das vezes permanecer no "se", ficar em cima do muro... É mais prático não opinar entre o calor do verão ou o frio do inverno.

Resultado: Trancamos nossas vontades, desejos, sonhos, medos, amores, ódios, paixões, ilusões dentro de uma 'caixa'; buscando a tal segurança,estabilidade, planejamentos,conforto e uma vida tediosa e sem sentido. blé. Pura covardia,discurso sem graça de um imaturo 'adulto-adulto'; bom mesmo é ter responsabilidade e maturidade o suficiente para ser um adulto-criança...

Abrir a caixa...
sentir a vida, o vento, o cheiro da chuva, o ar da primavera...
os sabores, as sensações, os amores...
explorar as vontades loucas,
ir a fundo nas paixões insanas,
não se importar com a opinião dos outros,
agir mais do que pensar.
sem medo, sem porquê, sem pra quê.
o entendimento das coisas é o que faz perder a magia...

E eu? Há...
Eu quero ser mágica,brilho, fantasia, infinito...
uma casa, no alto da montanha onde eu posso ver o mar
e ficar perto da Lua, das estrelas...
dormir se quiser, acordar ou não...
sem relógio, sem tempo, sem preocupação.
sentar no chão, companhia, violão.
um outro mundo, outra dimensão.
sonhar...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

mim

é tudo tão real na irrealidade que acabamos confundindo sonhos com realidade;
e nessa fusão de verdades criam-se ilusões - reais - que nos deixam sem rumo.
sem pé nem cabeça, sem começo nem fim, sem nada nem tudo.
perdidos e sem razão, nos prendemos na primeira segurança que achamos no meio do caminho.
erro. No caminho das ilusões, seguranças são ilusórias...
vivemos na ilusão. mentiras. fingimentos. conveniências... ?
e quem não vive assim, faz o que? exato...
não vive, não tem, não faz, 'é' não sendo. invisível.
uma estrela na constelação.
complexo, eterna confusão.
buraco sem fim.
um ninguém de um 'mim'.

"Falar de amor não é amar - Capital Inicial."

Eu segui os seus passos
Achando que você
Soubesse aonde ir

Eu me vi em seus sonhos
Perdido, sem saber
Que direção seguir

Mundos tão estranhos
Nas palavras que eu ouvi
No fundo dos seus olhos
Afogado em gelo
Eu descobri

Falar de amor não é amar
Não é querer ninguém
Falar de amor
Não é amar alguém

Eu caí em pedaços
Um grão de areia carregado
Por marés

Derreti em seus lábios
Sentindo o chão sumir
Embaixo dos meus pés

Dias esquecidos
No verão que eu inventei
Eu sei que você vive
Das mentiras que eu acreditei.

...
hmm